Por
vergonha, medo, ou até mesmo preconceito, culturalmente o homem tem que ser
sempre viril e a dificuldade de ter ou manter uma erecção pode mexer muito com
o psicológico e o emocional de quem não consegue ter uma vida sexual normal.
A Disfunção Eréctil (DE) ou “Impotência Sexual” é a incapacidade constante ou recorrente de obter ou manter uma erecção permitindo a actividade sexual durante pelo menos 3 meses. A DE pode atingir os homens de qualquer idade, tornando-se mais frequente em homens com o avançar da idade. Apresenta uma prevalência global de cerca de 13% em Portugal (Episex-pt, 2006), e continua para muitos um assunto tabu, sendo o tema abordado com dificuldade, até com o médico de família.
Sinais e sintomas:
A
incapacidade ocasional em manter uma erecção acontece à maioria dos homens e
geralmente não será causa de maior preocupação. Os problemas recorrentes
deverão ser avaliados.
Poderá ter
diferentes classificações:
Primária – o homem
nunca teve uma erecção;
Secundária – o homem já teve uma erecção, mas não consegue ter mais;
Situacional – o homem tem erecções normalmente, mas em algumas ocasiões não consegue;
Parcial – existe uma pequena erecção que não é suficiente para o acto sexual.
Secundária – o homem já teve uma erecção, mas não consegue ter mais;
Situacional – o homem tem erecções normalmente, mas em algumas ocasiões não consegue;
Parcial – existe uma pequena erecção que não é suficiente para o acto sexual.
Para comprovar a disfunção eréctil e saber qual o tratamento adequado é imprescindível uma consulta com um especialista.
Causas:
Causas orgânicas – doenças cardiovasculares;
Causas metabólicas – diabetes, problemas hormonais;
Causas funcionais – problemas nos músculos ou nervos sem qualquer doença associada;
Pós-operatório – após uma prostatectomia, por exemplo;
Causas emocionais – estresse, depressão;
O álcool e o cigarro também podem causar impotência
Causas metabólicas – diabetes, problemas hormonais;
Causas funcionais – problemas nos músculos ou nervos sem qualquer doença associada;
Pós-operatório – após uma prostatectomia, por exemplo;
Causas emocionais – estresse, depressão;
O álcool e o cigarro também podem causar impotência
A erecção
resulta de um processo complexo envolvendo o cérebro, as hormonas, os nervos
pélvicos e os vasos sanguíneos irrigando o pénis. As estruturas penianas
responsáveis pelo mecanismo eréctil são os corpos cavernosos, dois
compartimentos cilíndricos envolvidos numa túnica sólida (Albugínea). Em
paralelo corre o corpo esponjoso contendo a uretra. Com a excitação, o aumento
do fluxo sanguíneo ao pénis assim como a diminuição da drenagem expande os
corpos cavernosos.
Encarada
anteriormente como uma patologia de causas primariamente psicológicas, a
disfunção eréctil resulta com maior frequência de uma causa física, geralmente
uma doença crónica sistémica, o efeito secundário de um tratamento instituído
ou ainda a combinação destes factores.
As causas etiológicas mais comuns da DE são a doença coronária, a aterosclerose,
a Diabetes, a obesidade, a hipertensão arterial e a
síndrome metabólica. Nalguns casos pode representar o primeiro sinal
destas doenças.
Outros
factores importantes no desenvolvimento da doença são o tabagismo, o alcoolismo
crónico, certas medicações, nomeadamente o tratamento do cancro da próstata,
doenças neurológicas tais como a doença de Parkinson, a Esclerose Múltipla,
distúrbios hormonais (hipogonadismo), a doença de Peyronie e os traumatismos
pélvicos.
As causas
psicológicas da DE representam 10 a 20 % dos casos e incluem a depressão,
ansiedade, stresse, cansaço, assim como o problemas relacionais com a parceira.
A imbricação de um problema psicológico numa causa física menor inicial poderá
ser a origem de uma DE grave.
Factores de risco:
· Envelhecimento: incidência de cerca de 80 % no
grupo etário acima dos 75 anos;
· Patologia crónicas: Diabetes Mellitus, aterosclerose,
doença renal, hepática, pulmonar, nervosa, endócrina, crónicas (Diabetes
Mellitus, Aterosclerose, Hipogonadismo,…);
· Tratamentos médicos crónicos: anti hipertensores,
antidepressivos, anti-histamínicos, hipnóticos, tratamento médico do cancro da próstata
…;
· Tratamentos cirúrgicos: por lesão dos nervos pélvicos
(prostatectomia radical, cistectomia,..);
· Traumatismos: associados ou não a fracturas da
bacia;
· Abusos sociais ou comportamentais: tabaco, álcool, marijuana ou drogas pesadas;
· Stresse, ansiedade, depressão: Causas psicológicas da disfunção
eréctil;
· Obesidade;
· Síndrome metabólica: caracterizada por obesidade,
dislipidémia, hipertensão arterial e resistência à Insulina;
· Ciclismo: compressão prolongada dos nervos e
vasos perineais responsável por DE temporária.
Diagnóstico:
O
diagnóstico da DE começa na elaboração de uma história clínica e psicossexual
detalhada. Segue-se um exame físico assim como um controle analítico e hormonal
básico.
Quando
justificado o estudo complementar poderá incluir a realização de eco-doppler
peniano, um estudo neurológico aprofundado, provas de tumescência e rigidez
penianas nocturnas, caverosometrias e avernosografias, assim como uma consulta
psicológica.
Tratamento:
Existe hoje
em dia uma plêiade de opções terapêuticas, desde o aconselhamento sexual até às
opções cirúrgicas, mas o tratamento adequado dependerá sempre da(s) causa(s) e
da severidade da DE contrapostas às expectativas do doente.
Medicação oral:
Estão disponíveis
os seguintes fármacos: Sildenafil
(Viagra®), Tadalafil (Cialis®) e Vardenafil (Levitra®). Sendo moléculas
do mesmo grupo farmacológico (inibidores das fosfodiesterases), actuam de modo
semelhante aumentando os níveis de óxido nítrico no corpo cavernoso, relaxando
assim o músculo liso e favorecendo deste modo a irrigação peniana. Não provocam automaticamente a erecção,
favorecendo-a em resposta à estimulação psicológica ou física. Não obstante as
suas semelhanças estes fármacos tem indicações preferenciais consoante o tipo
de doente.
Estes fármacos são contra-indicados nos doentes com angina de peito
medicados com nitratos e deverão sempre ser usados com precaução em caso de
doença cardíaca grave, acidente vascular cerebral, diabetes incontrolada e
hipo- ou hipertensão arterial. Qualquer medicação crónica concomitante deverá
ser mencionada.
Prostaglandina E (Alprostadil):
Esta hormona
relaxa o músculo liso peniano, aumentando o fluxo sanguíneo. Em Portugal
encontra-se apenas sob forma injectável para administração intra-cavernosa
(Caverject®). Poderá ser potenciado o seu efeito com Papaverina e/ou
Fentolamina. Existe aínda uma forma de administração intra-uretral (Muse®).
Reposição hormonal:
Indicada nos
doentes com valores baixos de Testosterona plasmática. Existe sob a forma
transdérmica (Testim®, Testogel®) e injectável (Sustenon®, Testoviron®). Este
tipo de tratamento implica sempre o doseamento do PSA.
Bombas de vácuo:
Com óptima
indicação nos doentes com contra-indicações específicas para o tratamento
farmacológico, tem em geral moderada aceitação.
Vascular surgery:
Indicada num
número restrito de doentes, geralmente novos, com alterações vasculares
comprovadas em estudos angiográficos.
Implantação de próteses penianas:
Cirurgia
reservada aos casos onde as outras modalidades terapêuticas falharam. Trata-se
de uma opção altamente invasiva e irreversível. Distinguem-se em próteses
semi-rígidas e hidráulicas, feitas em silicone e poliuretano. Apresenta uma
alta taxa de satisfação, no entanto pode ocorrer infecção da prótese em 2 a 3%
dos doentes e apresentar até 15% de reentrevenções.
Aconselhamento psicológico e terapia sexual:
Pode servir como complemento das outras terapias para a DE , ou na presença de stresse, ansiedade, depressão. A falta de conhecimentos acerca da função sexual normal ou qualquer tipo de tensão relacional tornam essencial uma intervenção educativa para o doente ou o casal.
Pode servir como complemento das outras terapias para a DE , ou na presença de stresse, ansiedade, depressão. A falta de conhecimentos acerca da função sexual normal ou qualquer tipo de tensão relacional tornam essencial uma intervenção educativa para o doente ou o casal.
Prevenção:
· É
determinante o controle das doenças crónicas assim como a eliminação dos
factores de risco;
· Controle
da Diabetes e risco coronário;
· Eliminação
de tabagismo;
· Limitação
de ingestão de álcool e evicção de drogas ilegais..;
· Prática de
exercício físico regular;
· Sono
regular;
· Controle
do stresse;
· Tratamento
de estados de ansiedade e depressão;
· Controle
médico regular;
Bibliografia
Sociedade Portuguesa
de Andrologia
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