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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tosse convulsa

 
Tosse convulsa









A tosse convulsa é uma infecção muito contagiosa provocada pela bactéria Bordetella pertussis, que provoca ataques de tosse que normalmente acabam numa inspiração prolongada, profunda e que emite um som agudo (convulsa).
A tosse convulsa, que em determinada altura fez estragos em muitos países e que ainda é um problema importante no mundo, surge novamente com certa frequência em alguns países desenvolvidos. De 2 em 2 ou de 4 em 4 anos ocorrem epidemias locais. Uma pessoa pode contrair tosse convulsa em qualquer idade, mas em metade dos casos ocorre em crianças com menos de 4 anos. Um ataque de tosse convulsa nem sempre garante uma imunidade para toda a vida, mas o segundo ataque, quando ocorre, costuma ser ligeiro e nem sempre se reconhece como tal.
Uma pessoa infectada propaga organismos de tosse convulsa no ar através das gotas de humidade que expulsa ao tossir. Qualquer pessoa que se encontre perto pode inalá-las e ser infectada. Uma pessoa com tosse convulsa normalmente não é contagiosa a partir da terceira semana da doença.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas da doença começam, em geral, ao 7.º ou 10.º dia após o indivíduo ter sido exposto às bactérias da tosse convulsa. As bactérias invadem o revestimento da garganta, a traqueia e o aparelho respiratório, aumentando a secreção de mucosidade. Ao princípio, a mucosidade é escassa e fluida, mas depois torna-se espessa e pegajosa. A infecção dura aproximadamente 6 semanas e passa por três fases: sintomas ligeiros de constipação (fase catarral), ataques intensos de tosse (fase paroxística) e recuperação gradual (fase de convalescença).
O médico que visita uma criança na primeira fase (catarral) tem de saber distinguir a tosse convulsa da bronquite, da gripe e de outras infecções virais e até da tuberculose, pois todas elas têm sintomas semelhantes. O médico, com um hissope pequeno, recolhe amostras de mucosidade do nariz e da garganta, que são enviadas para o laboratório para a sua cultura. Se uma criança se encontrar na fase inicial, a cultura pode identificar as bactérias da tosse convulsa entre 80 % e 90 % dos casos. Infelizmente, as bactérias são difíceis de cultivar nas fases mais avançadas da doença, embora a tosse esteja no seu pior momento. Podem ser obtidos resultados mais rapidamente se forem analisadas as amostras para detectar bactérias de tosse convulsa utilizando anticorpos especiais, mas esta técnica é menos fiável.
Complicações
As complicações mais frequentes afectam os canais respiratórios. Os bebés corem o risco de se lesionarem devido à falta de oxigénio após as pausas na respiração (apneia) ou os ataques de tosse. As crianças podem contrair pneumonia, que pode ser mortal. Durante os ataques de tosse, o ar pode ser expulso fora dos pulmões para os tecidos circundantes e, além disso, os pulmões podem sofrer uma ruptura e colapsar-se (pneumotórax). Os ataques violentos de tosse podem provocar hemorragia nos olhos, nas membranas mucosas e, por vezes, na pele ou no cérebro. Pode aparecer uma ferida na parte inferior da língua, se esta bater nos dentes inferiores durante os ataques de tosse. Por vezes, a tosse pode fazer com que o recto protraia para o exterior (prolapso rectal) ou que seja provocada uma hérnia no umbigo, que pode manifestar-se como um inchaço.
Os bebés podem sofrer convulsões, mas estas não são frequentes nas crianças mais velhas. A hemorragia, o inchaço ou a inflamação cerebral podem provocar lesões no cérebro e atraso mental, paralisia ou outros problemas neurológicos. Na tosse convulsa também ocorrem frequentemente infecções do ouvido (otite média).
 
 
Prognóstico e tratamento
A grande maioria das crianças com tosse convulsa recupera completamente, embora de forma lenta. Entre, aproximadamente, 1 % e 2 % das crianças com menos de 1 ano morre. A doença pode ser grave para qualquer criança com menos de 2 anos e é incómoda, mas raramente grave, nas crianças mais velhas e nos adultos. No entanto, são as crianças mais velhas e os adultos com doença ligeira que normalmente transmitem a tosse convulsa aos mais pequenos.
 Os bebés muito doentes costumam ser hospitalizados porque necessitam de cuidados e de oxigénio e podem requerer tratamento numa unidade de cuidados intensivos. São instalados num quarto silencioso e com pouca luz e tenta-se perturbá-los o menos possível. Uma perturbação pode provocar um ataque de tosse que, por sua vez, pode provocar dificuldades respiratórias. As crianças mais velhas com doença ligeira não requerem repouso de cama.
Durante o tratamento, pode ser extraída mucosidade da garganta. Se necessário, nos casos graves, coloca-se um tubo na traqueia para oxigenar directamente os pulmões. A utilidade dos medicamentos para a tosse é duvidosa e, normalmente, não são utilizados.
Podem ser administrados fluidos intravenosos para substituir os líquidos perdidos durante os vómitos e porque a tosse pode impedir a alimentação do bebé. É importante manter uma boa nutrição e às crianças mais velhas é melhor oferecer pouca quantidade de comida, mas com frequência.
A Eritromicina costuma ser indicada para erradicar as bactérias que provocam a tosse convulsa. Também são utilizados antibióticos para combater as infecções que acompanham a tosse convulsa, como a broncopneumonia e a infecção ligeira do ouvido médio.
Prevenção
As crianças são sistematicamente imunizadas contra a tosse convulsa. A vacina da tosse convulsa é normalmente combinada com vacinas contra a difteria e o tétano e denomina-se DTP (difteria-tétano-pertosse).
As pessoas expostas à tosse convulsa recebem eritromicina como medida profiláctica.

 
 




Estádios da tosse convulsa
Primeiro estádio (catarral)
Segundo estádio (paroxístico)
Terceiro estádio (convalescença)
Início
Começa progressivamente entre 7 e 10 dias (não mais de 3 semanas) depois da exposição.
Começa entre 10 e 14 dias depois dos primeiros sintomas.
Começa entre a 4.ª e a 6.ª semanas depois dos primeiros sintomas.
Sintomas
Espirros, olhos chorosos, outros sintomas de constipação. Apatia.
Tosse incómoda e seca, primeiro à noite e depois durante o dia, cada vez com maior frequência.
A febre é pouco comum.
Acessos de tosse de 5 a 15 ou mais consecutivos e rápidos, seguidos de arquejo (uma inalação apressada e profunda que produz um ruído agudo). Depois de várias respirações normais, pode começar outro acesso de tosse. Através da tosse é possível que seja eliminada grande quantidade de monco espesso (que os bebés e as crianças costumam engolir ou que se podem observar como borbulhas grandes que saem pelo nariz) durante ou depois do acesso. Um acesso prolongado de tosse ou de mucosidade espessa pode provocar vómitos. Nos bebés, os momentos de sufoco e de pausas na respiração (apneia), que podem fazer com que a pele se torne azulada, são mais comuns que os arquejos.
Os acessos de tosse tornam-se menos frequentes e menos graves. Os vómitos diminuem. A criança parece estar a recuperar e sente-se melhor. Podem produzir-se acessos de tosse ocasionais durante meses, normalmente desencadeados
por uma irritação derivada
da infecção das vias respiratórias, como


 
 




































Importante:

 Logo depois da aparição dos sintomas, é necessário a procura de um especialista para uma melhor indicação de tratamentos e medicamentos.
 
Bibliografia utilizada:
Braunwald et al: Harrisson’s Principles of Internal Medicine. 15ª edição. McGraw-Hill.

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